Pescadores em protesto tentam invadir Capitania da Figueira da Foz

08-10-2015 00:20

Homens do mar estão insatisfeitos com a operação de socorro após o naufrágio de terça-feira, que provocou um morto e quatro desaparecidos.

 

 

Dezenas de pescadores concentrados frente ao edifício da Capitania do Porto da Figueira da Foz exigiram a colocação da bandeira nacional a meia haste e explicações sobre a operação de socorro após o naufrágio de terça-feira.

O que começou por ser uma vigília silenciosa, cerca das 19h30, na sequência do naufrágio de terça-feira que resultou num morto e quatro desaparecidos, transformou-se num protesto de pescadores, que tentaram forçar a entrada no edifício da Capitania, onde estão reunidos responsáveis da Autoridade Marítima com representantes daquele sector profissional.

Os pescadores estão insatisfeitos com a operação de socorro após o naufrágio, considerando que os meios de socorro demoraram a chegar, versão que foi contrariada pela Autoridade Marítima, que diz os meios eram os adequados e que a actuação foi a possível devido à agitação do mar.

Vários pescadores, que se apresentaram com uma bandeira nacional e que a querem colocar num mastro da Capitania, mas que foram impedidos pela PSP, bateram com violência nas portas do edifício, enquanto outros gritavam: "Assassinos" ou "Deixaram morrer os homens".

No edifício não há qualquer estandarte no mastro e os pescadores exigiram, "pelo menos", que a bandeira fosse colocada a meia haste em sinal de luto e de respeito.

No naufrágio de terça-feira, uma pessoa morreu, quatro continuam desaparecidas e duas foram resgatadas com vida.

Estas exigências foram alargadas aos responsáveis pela Câmara Municipal, onde também se quer a bandeira com este simbolismo.

A PSP está a fazer um cordão de protecção ao edifício.

José Festas, da associação Pró-Maior, Segurança dos Homens do Mar, saiu do edifício e abordou os pescadores, pedindo calma e garantindo que no final da reunião transmitiria os resultados do encontro.

Os pescadores querem ainda que Nuno Leitão, porta-voz da Autoridade Marítima, se retrate das declarações feitas ao longo do dia e que apareça junto destes profissionais para dar explicações às famílias.

A vigília marcada pelo Facebook esta quarta-feira de manhã continua com a participação de duas centenas de pessoas, mas na segunda linha destes protestos.